quarta-feira, 7 de abril de 2010

Survivor Anhanguera

É indescritível como tudo na vida é relativo. Quando achamos que algo é ruim (como por exemplo, uma segunda feira de manhã) sempre pode ser pior (como uma segunda feira de manhã, chuvosa) e é claro, pode sempre chegar ao extremo ( como segunda feira de manhã, chuvosa e atlética).
Na minha escola, nada é simples nunca. Até a educação física precisa de um conceito meio cabeça, o que não deixa de ser bom por um lado, mas péssimo quando temos que nos enfiar às 7h da manhã em um ônibus com um professor de Educação física mais do que entusiasmado para seu projeto atual: Trekking, também conhecido como enduro a pé pela sociedade esportista ou, como tortura no mato, para sedentários como eu.
Não seria uma experiência ruim se eu tivesse cabelo bom. Na verdade, seria bem legal (na medida do possível), mas alem do suor incessante que eu teria que agüentar, ainda estava mais úmido que a peste, tornando a operação “domar-minhas-madeixas” cada minuto pior.
Já no ônibus, indo para o parque Anhanguera, eu comecei a ouvir o ruído fatal do meu cabelo encrespando. Conforme o tempo passou, o elástico de cabelo começou a ficar cada vez mais apertado e, quando eu me vi pelo espelho retrovisor, não reconheci a menina arrumadinha, recém saída do secador e da chapinha, que eu tinha encontrado de manhã, mas sim um assola ambulante, reprimido e com sangue nos olhos, em busca de vingança. Detalhe: Só no ônibus.
Chegando lá, tivemos que esperar para sair do ônibus, já que ainda estava chovendo. Ficamos no ônibus por um tempo e, mesmo não tendo uma visão total e panorâmica da situação do meu cabelo, eu sabia que algo não estava certo e foi quando eu perguntei como estava meu cabelo e ninguém respondeu, que eu achei melhor colocar o capuz de vez.
Finalmente descemos do ônibus. E foi aí que a pior parte começou: Fotos infernais, vindas de todos os lados, que eu até gostaria de ter tirado em outras ocasiões, mas que naquela hora, não dava MESMO. Não só eu estava com o cabelo armado, como todo mundo ainda veria registros da existência dele em álbuns no orkut e no facebook, pela eternidade. FAIL.
Aí, serviram o tão esperado lanche: Maçãs coletivas (com vários negos em volta, pondo a mão, tipo sopão beneficente) e umas bananas meio suspeitas.
O resto, nem foi tão ruim, já que o professor, cabisbaixo, nos avisou que havia um bloqueio na trilha graças à chuva e que voltaríamos pra escola, mas que, sem problemas (disse ele voltando ao seu estado natural de felicidade suprema), já que voltaríamos ao parque na semana seguinte e que, chegando à escola, teríamos algumas atividades de educação física de integração! Viva, espero que ele tenha levado os pôneis púrpura, balões coloridos e bolinhos de arroz para a pândega do esporte coletivo, já que pra mim, um abraço, me escondi no banheiro, com um pão de queijo e uma coca zero.

Um comentário:

  1. HAHAHA Ta, adorei a crônica! Por favor, continue escrevendo!
    P.S.: Agora tem que falar da continuação da Saga Enduro a Pé, Trekking II: O Retorno.

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