segunda-feira, 31 de maio de 2010

Eaí Lelesk doido, ta tudo suellen? Vai faze qual hoje, vai da um role com a leskdinha ou vai miar, fera? Tava pensando em dá um miguézinho no meu Inglêsinho, fecha toma uma breja?
Querido leitor, você não deve estar entendendo nada, mas não se sinta frustrado, nem mesmo depois de uma profunda pesquisa sobre o assunto eu consegui entender 100% da frase. Porém, minha pesquisa rendeu bons resultados, então, se você quiser se aprofundar um pouco mais no “dialeto boleiro”, seja bem vindo a desfrutar dos prazeres da “boleiragem” descritos à seguir.
O “boleiro” é uma figura que nasceu em nome do futebol, mas que acabou se espalhando pelos diversos meios, tornando-se quase uma classe social, já que, como nosso querido Marx dizia, para o surgimento de uma classe social é preciso apenas uma identificação de interesses entre inivíduos, nesse caso, falar o “boleirês”. Por isso, não se sinta inibido, se você ainda não é “boleiro”, aqui vão os significados de algumas colocações para você não se sentir por fora...
Lesk: Moleque – Molesque – Lesque – Lesk
Lelesk: Vide Lesk, só que na versão carinhosa.
Leskda: Molecada – Molescada – Lescada – Leskda. Plural de Lesk.
Leskote: Vide Lesk, só que cote.(diminutivo?)
Suave: “Tudo bem?” “Suave” (Desculpem, não consegui uma definição muito precisa, então apelei para os exemplos).
Suellen: Tipo Suave, só que na versão demoníaca que derrete o cérebro do ouvinte quando proferida.
Migué: Essa é difícil... Não é uma palavra simples, pois ela se enquadra em diversas classes gramaticais, já que você pode “dar um migué”, “meter um migué” e até “ser um migué”. Eu imagino que essa palavra não tenha um significado real, ela foi inventada pra descrever situações abstratas que não tinham representação lingüística, e as vezes ela pode representar a omissao de algum elemento. É lesk, os boleiros também contribuem para o Português.
Dar um Pelé: Aí está um verbo intrigante. Dar um Pelé. Não faço idéia do significado, por isso, vou contextualizar: “Estava com frio, o casaco da minha amiga estava amostra e eu peguei sem o consentimento dela, por tanto eu “dei um Pelé” no casaco dela”.
Dar o gato: Eu imagino que seja tipo “dar o Pelé”, só que na versão amiga dos animais.
Kdmia: Essa tem uma longa história. Um amigo “boleiro” me mandou uma mensagem de texto que dizia assim: Vamos ao cinema quando eu voltar da kdmia? Eu demorei certo tempo pra digerir a informação e cheguei à seguinte conclusão: Kdmia = Kademia = Cademia = Academia.
Fera/ Juvena: Seria tipo um... pronome, adjetivo ou substantivo??
Lanchar: Você conhece a figura de linguagem “personificação”? É quando uma característica humana é atribuída a um ser inanimado. Bom, nesse contexto, acontece a “despersonificação”, já que uma característica alimentícia é atribuída a uma mulher. Ex: “Nossa, que gata, eu lanchava”.
Resenhar: Conversar.
Bater Saco: “Nossa, que gata”. “É, mais ou menos, dá pra bater saco”.
Entenderam? Bom, eu não... Se alguém pegar essa, me explica por que essa vai além da minha capacidade, mas acho que nunca tive muita vocação para “boleira” mesmo, então tudo bem...
Espero ter ajudado, fera, qualquer coisa, é só da um miguézinho e improvisar na hora...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Páscoa: Sete pecados Capitais e seus efeitos Chocolaterais

Estava pensando comigo, nessa fase de depressão pós páscoa, e descobri um fato interessante sobre esse feriado: Acho que nunca cometi tantas heresias de uma vez só.
Não está entendendo querido leitor? Bom, acompanhe o raciocínio:
Bom, acho que posso pular a parte da gula, então, vamos começar pela luxuria. Pesquisas indicam que chocolate tem propriedades afrodisíacas. As civilizações antigas sul-americanas já utilizavam o caldo do cacau para dar uma... Bom, “apimentada” a seus rituais religiosos de fertilização. Fora isso, tem o inocente coelhinho dá páscoa. Gente, esse animalzinho de pelo branquinho, de inocente não tem nada, já que, como sabemos, é o que mais procria. Bom, meus queridos, ficar acordado a noite toda explicaria os “olhinhos vermelhos”, já que, o coelhinho da páscoa definitivamente nem precisa de TV em sua toca...
Com todos os benefícios do chocolate, entra em cena Cobiça. Quem nunca sentiu aquela pontadinha dolorida no fundo do coração ao ver a irmã/ irmão recebendo AQUELE ovão “x – tudo” da Copenhagem de chumbinho, nhá-benta, lajotinha e língua de gato, que pesa toneladas, enquanto você, que está sempre naquela luta contra a balança, fica só na vontade, já que a família decidiu “apoiar” a sua dieta. É sim, bando de mão – de - vaca...
A ira é uma decorrência da cobiça, pois já que o antigo testamente proíbe que se mate o próximo, precisamos descontar nossa frustração de alguma outra forma, como por exemplo, dando um pedaço bem grande do pequeno ovo para o cachorro e ficando na miúda sobre o assunto, já que, como não comi o ovão de língua de gato, o gato “comeu a minha língua”.
Não vou ser injusta, ganhei um coelhinho de chocolate, que veio recheado de avareza. Mas como ele veio fisicamente sozinho, tive que economizar. Guardei até o ultimo instante, e comecei o ritual: tira o papel, olha o coelhinho, e vai comendo membro a membro, deixando é claro a cabeça com as orelhinhas por ultimo. Aí, me aparece minha irmã que ganhou 10 ovos de páscoa, na aula de Tênis, na aula de inglês, na aula de violão, de todos os familiares, do papai e da mamãe e me solta essa, na maior cara de pau: Me dá um pedacinho?
HAHA – Dispensa comentários.
Aí, acaba a páscoa e chega a culpa. Junto com a culpa, chega a celulite. Junto com a celulite, chegam os problemas de pele. Junto com tudo isso, chega mais ira ainda e é claro, a vaidade vem à tona. “Preciso voltar pra academia” penso com os meus botões.
E é aí que entra a preguiça, para fechar o ciclo.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Survivor Anhanguera

É indescritível como tudo na vida é relativo. Quando achamos que algo é ruim (como por exemplo, uma segunda feira de manhã) sempre pode ser pior (como uma segunda feira de manhã, chuvosa) e é claro, pode sempre chegar ao extremo ( como segunda feira de manhã, chuvosa e atlética).
Na minha escola, nada é simples nunca. Até a educação física precisa de um conceito meio cabeça, o que não deixa de ser bom por um lado, mas péssimo quando temos que nos enfiar às 7h da manhã em um ônibus com um professor de Educação física mais do que entusiasmado para seu projeto atual: Trekking, também conhecido como enduro a pé pela sociedade esportista ou, como tortura no mato, para sedentários como eu.
Não seria uma experiência ruim se eu tivesse cabelo bom. Na verdade, seria bem legal (na medida do possível), mas alem do suor incessante que eu teria que agüentar, ainda estava mais úmido que a peste, tornando a operação “domar-minhas-madeixas” cada minuto pior.
Já no ônibus, indo para o parque Anhanguera, eu comecei a ouvir o ruído fatal do meu cabelo encrespando. Conforme o tempo passou, o elástico de cabelo começou a ficar cada vez mais apertado e, quando eu me vi pelo espelho retrovisor, não reconheci a menina arrumadinha, recém saída do secador e da chapinha, que eu tinha encontrado de manhã, mas sim um assola ambulante, reprimido e com sangue nos olhos, em busca de vingança. Detalhe: Só no ônibus.
Chegando lá, tivemos que esperar para sair do ônibus, já que ainda estava chovendo. Ficamos no ônibus por um tempo e, mesmo não tendo uma visão total e panorâmica da situação do meu cabelo, eu sabia que algo não estava certo e foi quando eu perguntei como estava meu cabelo e ninguém respondeu, que eu achei melhor colocar o capuz de vez.
Finalmente descemos do ônibus. E foi aí que a pior parte começou: Fotos infernais, vindas de todos os lados, que eu até gostaria de ter tirado em outras ocasiões, mas que naquela hora, não dava MESMO. Não só eu estava com o cabelo armado, como todo mundo ainda veria registros da existência dele em álbuns no orkut e no facebook, pela eternidade. FAIL.
Aí, serviram o tão esperado lanche: Maçãs coletivas (com vários negos em volta, pondo a mão, tipo sopão beneficente) e umas bananas meio suspeitas.
O resto, nem foi tão ruim, já que o professor, cabisbaixo, nos avisou que havia um bloqueio na trilha graças à chuva e que voltaríamos pra escola, mas que, sem problemas (disse ele voltando ao seu estado natural de felicidade suprema), já que voltaríamos ao parque na semana seguinte e que, chegando à escola, teríamos algumas atividades de educação física de integração! Viva, espero que ele tenha levado os pôneis púrpura, balões coloridos e bolinhos de arroz para a pândega do esporte coletivo, já que pra mim, um abraço, me escondi no banheiro, com um pão de queijo e uma coca zero.

I'll survive

Academia: Aí está um tema um tanto batido e, para mim, é obvia a explicação do Por que, milhares de pessoas ao redor do mundo todo teimam em escrever sobre esse tema...
Bom, como todos já sabem sou uma pessoa um tanto sedentária, e para os meus padrões, eu vou bastante à academia: cerca de três vezes por semana a cada três semanas e, para não ficar pensando em quanto tempo falta pra acabar ou em quantas calorias tinha tudo o que eu comi e que mesmo se eu correr até morrer, meu saldo vai continuar negativo, me resta observar os guerreiros ao meu lado.
Vamos começar pelo frangote. Que academia não tem um frangote ? Magrelo, todo marrento que chega falando no iPHONE e sempre desliga com um “Pô “lelesk”, to chegando aqui na ‘cademia...haha, é...Pode deixar, as mina vão pira na minha massa, falou aí.”
Imagina só, a cena em si já é engraçada por causa de toda a “massa” do filé de borboleta, mas o pior mesmo é quando ele coloca a METADE do peso que EU coloco (que sou eu, vamos combinar) no “leg press” e sai todo suado, sem conseguir formular uma palavra, todo pomposo.
Temos sempre também as ratas de academia:
Tem aquela velha turbinada, com o cabelo loiro até a cintura e a pele cheia de botox (graças a todo o “raquito de Sol” que ela provavelmente passou para torrar no Sol nos anos 60, quando ela era a gatinha da praia e o Guarujá ainda era mata virgem), que quando você chega, já está lá e quando você vai embora, ela ainda nem trocou de aparelho.
Tem a velha gorducha, que fica babando em cima do personal, que está lá obviamente pra trazer mais clientes pra academia, que sempre chega falando: “Fulaninho (vamos chamar o personal assim pra eu não ter problemas), eu to com umas dorzinha na coxa... Aí óbvio, que ele tem que ensinar a véia a fazer uma massagem com gelol, para ela poder fazer em casa, só que é claro que ela não vai fazer, por que é mentira.
A diferença entre as duas, é que a primeira realmente vai pra malhar, para reviver os tempos de glória, e a segunda anda na esteira o tempo todo e só aumenta o grau de dificuldade do aparelho quando o personal está por perto, pra msotrar eficiência. A semelhança, todo mundo já sabe, as duas estarão sempre de legging e top, demonstrando, para nós, a lei da gravidade.
Os gordinhos, por sua vez, não poderiam faltar, mas não podemos generalizá-los, então, eu dividi em duas categorias:
O gordinho que tenta ser bacana: Ele chega, conversa com todo mundo, com o cara da catraca, a mocinha que tira o lixo, o personal, a personal, o cara da manutenção e claro, comigo.
Estamos os dois em cima da esteira, atrás daquela desgraçada que corre duas horas inteiras no nível 9 e sai sem nem suar, é claro que o gorducho tem que olhar pra mim e soltar uma pérola: “É... A gente sofre...” e dá uma risadinha tipo “amigão”.
Como assim, “A GENTE”? Tio, pelo amor de Deus...
Tem o gorducho motivado: Ele chega todo equipado, com polar e tudo, faz alongamento, faz um tempo certo de todos os equipamentos e se alonga de novo, só que NUNCA emagrece. Eu simpatizaria com o cara, às vezes as pessoas têm dificuldade, mas como a academia é no meu clube e eu sempre vejo o que as pessoas comem, eu acabei descobrindo que a culpa é do “Paillard de filé mignon com pommes frites” (o nome de chique de PF de arroz, feijão, farofa, ovo, bife e batata frita) que vem acompanhado, é claro, de uma coca zero (já que ele está de regime, ou dieta, por que gordo nunca está de regime).
E toda a academia tem um elemento motivador: Aquele cara sarado, bonito, que chega de terno e troca por uma roupa daquelas que não valorizam ninguém, só ele, educado, que atende o Black Berry em Inglês e depois em alemão, enquanto malha, que é o homem de todas as vidas e ta sempre lá com o seu iPOD de ultima geração, concentrado.
Estava eu, feliz depois de acabar mais um treino, quando passei pela esteira do homem e finalmente descobri o que ele tanto ouvia: Um grande hit dos anos 70, da Diana Ross, “I’m coming out”.
Bom, nada é perfeito, mas enquanto ele não sai mesmo do armário, ainda me resta uma pequena esperança e, como disse outra diva dos anos 70, “I’ll survive”.